Fazíamos de conta que éramos cowboys, índios, futebolistas famosos, princesas, enfermeiras etc...e a alegria era imensa. Claro que não tínhamos "responsabilidades" mas...
Passados uns anos, o reflexo do espelho social torna-se muito forte e permanente e, sem que disso nos demos conta, seguimos o caminho mais fácil... Universidade ( na maior parte dos casos porque os pais querem ou porque acho que até vou ganhar um bom dinheiro, sem ter a menor vocação para o curso, pois se o meu coração não está presente como poderei ir além da mediocridade?), carro de topo (para mostrar à sociedade o quanto estou bem na vida), quem sabe juntar-me a algum partido político pois quero fazer parte da "solução" para a a sociedade, (só para criar mais confusão e poluição sonora e emocional, como se alguma vez uma solução política pudesse melhorar a nossa qualidade de vida) etc.
O engraçado e que neste processo, começa a acontecer o mesmo que em criança, só que agora de uma maneira bem mais disfarçada e "pesada"...começamos a Fazer De Conta que somos "responsáveis"...
Confusão, tristezas, litígios, separações conflituosas, aumento brutal de peso, maus hábitos em vários níveis da nossa vida...tudo isto faz parte de sermos "responsáveis" perante a sociedade.
E o mais triste é que alguns de nós perdem para sempre o estado de inocência do Faz De Conta de criança...e a noção que Brincar (não confundir com gozar) é talvez o estado mais sério e responsável...de viver uma vida com sentido.
Foto: Maria Pargana